Polonês ou polaco : um caso de variação lexical na língua portuguesa

Název: Polonês ou polaco : um caso de variação lexical na língua portuguesa
Variantní název:
  • Polonês or polaco (Polish) : a case of lexical variation in the Portuguese language
Zdrojový dokument: Études romanes de Brno. 2021, roč. 42, č. 1, s. 201-215
Rozsah
201-215
  • ISSN
    1803-7399 (print)
    2336-4416 (online)
Type: Článek
Jazyk
 

Upozornění: Tyto citace jsou generovány automaticky. Nemusí být zcela správně podle citačních pravidel.

Abstrakt(y)
A língua portuguesa dispõe de duas formas para designar o indivíduo originário da Polônia: polaco (forma preferida em Portugal) e polonês (forma preferida no Brasil), ambas com longa tradição na língua e com cognatos em outras línguas românicas. Neste trabalho, buscamos explanar as razões que levaram ao abandono da forma polaco no Brasil. Identificamos que polaco adquiriu quatro acepções, três delas pejorativas, em decorrência de fatos históricos ocorridos no Brasil ao longo dos séculos XIX e XX: "prostituta" (na forma feminina polaca), "comerciante", "a Constituição de 1937" e "pessoa loira e/ou de pele muito branca". Recentemente, tem ocorrido um movimento pela revitalização da forma polaco como gentílico, buscando eliminar preconceitos étnicos. Assim, fica evidente a relação intrínseca entre léxico e fatos histórico-sociais.
The Portuguese language has two forms to refer to the person from Poland: polaco (preferred in Portugal) and polonês (preferred in Brazil), both with a long tradition in the language and with cognates in other Romance languages. In this work, we seek to explain the reasons that led to the abandonment of the form polaco in Brazil. We identified that polaco acquired four meanings, three of them pejorative, due to historical facts that occurred in Brazil during the 19th and 20th centuries: "prostitute" (in the feminine form polaca), "trader, salesman", "the Constitution of 1937" and "blond-haired and/or white-skinned person". Recently, there has been a movement to revitalize the form polaco as a gentilic, in order to eliminate ethnic prejudice. Thus, the intrinsic relationship between lexicon and historical-social facts becomes evident.
Reference
[1] Almeida, N. M. de (1981). Dicionário de questões vernáculas. São Paulo: Caminho Suave.

[2] Amado, J. (2008). Jubiabá. São Paulo: Companhia das Letras. https://www.terra.com.br/diversao/infograficos/jorge-amado-centenario/pdf/jubiaba.pdf.

[3] Aulete, F. C. (1958). Dicionário contemporâneo da língua portuguesa. Edição brasileira. Rio de Janeiro: Delta.

[4] Bandeira, M. de A. V. D. (2014). O Brasil na rota internacional do tráfico de mulheres: entre o início do século XX e a contemporaneidade. Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais), Universidade de Brasília, Brasília. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/33548685.pdf.

[5] Cabreyra, J. de (1636). Naufragio da Nao N. Senhora de Belem. Lisboa: por Lourenço Craesbeeck Impresso d'El Rey. https://www.google.com.br/books/edition/Naufragio_da_N%C3%A0o_N_Senhora_de_Belem_fey/UvfpKuvaXUEC.

[6] Camões, L. de. (1990) Os Lusíadas. Introdução de Antônio Soares Amora. Belo Horizonte: ed. Itatiaia.

[7] Costa, F. da S. (2015). Lima Barreto: O Brasil sob a ótica do Dr. Bogóloff. Dissertação (mestrado em Letras). UNESP, Campus de São José do Rio Preto. https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/138478/000864173.pdf.

[8] Cunha, A. G. da (1982). Dicionário etimológico Nova Fronteira da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

[9] D'Albuquerque, A. T. (1942). Falsos brasileirismos. Argentinismos e americanismos erradamente apontados como brasileirismos. Rio de Janeiro: Editora Getúlio Costa.

[10] D'Albuquerque, A. T. (1949). O nosso vocabulário. Estudos através da Semântica. Rio de Janeiro: Editora Getúlio Costa.

[11] Dantes, Ch. (2019). Polonês ou polaco? As mudanças na percepção da Polônia no Brasil. Varsóvia. https://sistemas.mre.gov.br/kitweb/datafiles/Varsovia/pt-br/file/Disserta%c3%a7%c3%a3o_Karolina%20Rudowska.pdf.

[12] Dexonline (s/d). Dicționare ale limbii române. Dexonline. Disponível em: https://dexonline.ro/.

[13] Dicionário Informal. Disponível em: https://www.dicionarioinformal.com.br/.

[14] Ferreira, A. B. de H. (2010). Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 5. ed. Curitiba: Positivo.

[15] Ferreira Da Rosa, F. (1896). O Lupanar: estudo sobre o caftismo e a prostituição no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: [sem editora].

[16] Figueiredo, A. C. de (1922). Novo dicionário da língua portuguesa. 3. ed. Lisboa: Ed. Portugal Brasil.

[17] Houaiss, A.; & Villar, M. de S. (s/d). Grande Dicionário Houaiss. Disponível em: https://houaiss.uol.com.br/.

[18] Iarochinski, U. (s/d). Por quê polaco!. https://pergamum.curitiba.pr.gov.br/vinculos/monogr/Texto/Polaco.doc.

[19] Iarochinski, U. (2000). Saga dos Polacos - a história da Polônia e seus emigrantes no Brasil. Edição do autor.

[20] IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). (2012) Censo demográfico 2010. Características gerais da população, religião e pessoas com deficiência. Rio de Janeiro: IBGE. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/94/cd_2010_religiao_deficiencia.pdf.

[21] Lima Barreto, A. H. de (1956). As aventuras do Dr. Bogóloff. In Os Bruzundangas (pp. 199–284). Brasiliense: São Paulo.

[22] Machado, J. P. (1967). Dicionário etimológico da língua portuguesa. 2. ed. Lisboa: Editorial Confluência/Livros Horizonte.

[23] Martins, A. A. (2009). A representação da identidade polaca no norte gaúcho. In Dermeval da Hora (org.) Anais do VI Congresso Internacional da Associação Brasileira de Linguística. João Pessoa: Ideia. http://www.leffa.pro.br/tela4/Textos/Textos/Anais/ABRALIN_2009_vol_2/PDF-VOL2/Microsoft%20Word%20-%20Alessandra%20Avila%20Martins.pdf.

[24] Mascarenhas, J. F. M. (1717). A Águia Imperial Remontada no Orbe da Lua Ottomana. Lisboa Occidental: Na Officina de Pascoal da Sylva. https://www.google.com.br/books/edition/A_aguia_imperial_Remontada_no_Orbe_da_Lu/hW9iAAAAcAAJ.

[25] Mello Moraes, A. J. de (1877). A Independencia e o Imperio do Brazil. Rio de Janeiro: Typ. do Globo. https://www.google.com.br/books/edition/A_independencia_e_o_imperio_do_Brazil_ou/mdU5AQAAMAAJ.

[26] Menezes, L. M. de (2017). Entre denúncias e propostas. O tráfico de brancas e os bastidores migratórios em obras de época. História (São Paulo), 36. https://www.scielo.br/pdf/his/v36/0101–9074-his-36-e108.pdf.

[27] Michaelis. (2021). Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. São Paulo: Melhoramentos. https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/.

[28] Oliveira, M. de (2015). A inesperada descoberta de Otávio Ianni sobre preconceito contra descendentes de imigrantes poloneses em Curitiba. Sociedade e Estado, 30, 3. https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102–69922015000300799.

[29] Pereira, I. (2017). A voz de polono-brasileiros: um contexto histórico sul paranaense. Working Papers em Linguística UFSC 18 (1). https://periodicos.ufsc.br/index.php/workingpapers/article/view/1984–8420.2017v18n1p23.

[30] Porto, W. C. (2012). 1937. Constituições brasileiras vol. IV. 3. ed. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas. https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/137571/Constituicoes_Brasileiras_v4_1937.pdf.

[31] Real Academia Española. (2020). Diccionario de la lengua española. Versión electrónica 23.4. https://dle.rae.es/.

[32] Silva, J. C. J. (2011). Análise histórica das Constituições brasileiras. Ponto-e-vírgula, 10. https://revistas.pucsp.br/index.php/pontoevirgula/article/view/13910.

[33] Taunay, A. d'E. (1924). Vocabulario de omissões. [Sem editora].

[34] Treccani (s/d). Vocabolario. Istituto Giovanni Treccani. https://www.treccani.it/vocabolario/.

[35] Trésor de la Langue Française Informatisé (1994). ATILF - CNRS & Université de Lorraine. http://atilf.atilf.fr/.