Proparoxítonas no português de São Tomé e Príncipe

Název: Proparoxítonas no português de São Tomé e Príncipe
Variantní název:
  • Antepenultimate stress in São Tomé and Príncipe Portuguese
Zdrojový dokument: Études romanes de Brno. 2023, roč. 44, č. 2, s. 395-412
Rozsah
395-412
  • ISSN
    1803-7399 (print)
    2336-4416 (online)
Type: Článek
Jazyk
 

Upozornění: Tyto citace jsou generovány automaticky. Nemusí být zcela správně podle citačních pravidel.

Abstrakt(y)
Descrevemos e analisamos os processos de adição e apagamento nas palavras com acento antepenúltimo (proparoxítonas) do português de São Tomé e Príncipe (PSTP), elencando os contextos favorecedores e desfavorecedores desses fenômenos, baseados em Araujo et al. (2008). Assim, pretendemos aumentar o entendimento sobre as possibilidades tipológicas do português e contribuir com pesquisas sobre variedades menos documentadas. A análise dos dados mostrou que há palavras que mantêm o acento antepenúltimo, outras sofrem processos de apagamento e de adição. Esses processos opcionais de apagamento e mudança da posição de acento são sensíveis aos contextos pós-tônicos, engatilhados pelo apagamento de vogais póstônicas em sílabas com róticos, laterais e sibilantes. Igualmente, o PSTP apresenta pouca tolerância a sequências consonantais complexas. Assim, a estrutura da sílaba é o fator responsável pelo condicionamento do output produzido pelo falante. Dessa forma, os processos fonológicos encontrados nas proparoxítonas no PSTP também oferecem evidências para a singularidade desta variante.
Based on Araujo et al. (2008), we describe and analyze the contexts triggering addition and deletion processes in words with antepenultimate stress (proparoxytones) in São Tomé and Príncipe Portuguese. Therefore, we hope to contribute to understanding Portuguese typological possibilities and document a less-known variety. The data showed that there are words that maintain the antepenultimate stress, while others undergo processes of deletion and addition. Furthermore, it was observed that optional deletion processes and stress shifts might be triggered by post-stressed vowel deletion in syllables with rhotic, lateral, and sibilant consonants. At the same time, São Tomé and Príncipe Portuguese avoid complex cluster sequences. Therefore, syllable structure is responsible for conditioning the output produced by the speakers. Hence, the phonological processes found in antepenultimate words in São Tomé and Príncipe Portuguese also offer evidence for the uniqueness of this variant.
Note
Gabriel Antunes de Araujo agradece à Universidade de Macau (bolsa SRG-2019–00153-FAH) e à Universidade de São Paulo que ofereceram as condições para o desenvolvimento deste trabalho. Wu Xinya agradece à Universidade Federal de Santa Catarina e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Igualmente, agradecemos a Shirley Freitas, aos editores e a dois revisores anônimos.
Reference
[1] Agostinho, A. L.; & Araujo, G. A. d. (2007a). Palavras Oxítonas no Português. Academic Bulletin Kyoto University of Foreign Studies, 70, 235-257.

[2] Agostinho, A. L.; & Araujo, G. A. d. (2007b). Um estudo estatístico sobre as oxítonas no português. Signotica, 19, 177-208.

[3] Agostinho, A. L.; Araujo, G. A. d.; & Freitas, S. (2012). Resolução de hiato externo em principense. Papia, 22, 295-305.

[4] Amaral, M. P. d. (2002). A síncope em proparoxítonas: uma regra variável. In L. Bisol, & C. Brescancini (Eds.), Fonologia e variação: recortes do português brasileiro (pp. 99-126). Porto Alegre: EDIPUCRS.

[5] Araujo, G. A. d. (2020). Portuguese language expansion in São Tomé and Príncipe: an overview. Diadorim, 22, 57-78. https://doi.org/10.35520/diadorim.2020.v22n1a32012.

[6] Araujo, G. A. d.; & Agostinho, A. L. (2010). Padronização das línguas nacionais de São Tomé e Príncipe. Língua e Instrumentos Linguísticos, 26, 49-81.

[7] Araujo, G. A. d.; & Balduino, A. M. (2019). Nasalização Vocálica no Português Urbano de São Tomé e Príncipe. Diacrítica, 33, 2, 41-68. https://doi.org/10.21814/diacritica.256.

[8] Araujo, G. A. d.; Oliveira, L.; Guimarães-Filho, Z.; & Viaro, M. E. (2008). Algumas observações sobre as proparoxítonas e o sistema acentual do português. Cadernos de Estudos Lingüísticos, 50, 1, 69-90.

[9] Balduino, A. M. (2022). Fonologia do português de São Tomé e Príncipe. São Paulo: Universidade de São Paulo. https://doi.org/10.11606/T.8.2022.tde-04102022-155344.

[10] Balduino, A. M.; & Agostinho, A. L. (In preparation). Uma análise da degeminação no Português Principense.

[11] Balduino, A. M.; Agostinho, A. L.; Araujo, G. A. d.; & Christofoletti, A. (2015). A nasalidade vocálica em santome e lung'Ie. Papia, 25, 1, 7-24.

[12] Balduino, A. M.; & Araujo, G. A. d. (2023). Tautosyllabic Vowel Nasalization in the Portuguese of São Tomé. Dialectologia, 29.

[13] Balduino, A. M.; Araujo, G. A. d. (2023) Tautosyllabic Vowel Nasalization in the Portuguese of São Tomé. Dialectologia 31, 1-32.

[14] Bandeira, M. (2017). Reconstrução fonológica e lexical do protocrioulo do Golfo da Guiné. München: Lincom.

[15] Bandeira, M.; Araujo, G. A. d.; & Finbow, T. (2021). The Gulf of Guinea Proto-Creole and its Daughter Languages: from Liquid Consonants to Complex Onsets and Vowel Lengthening. Journal of Language Contact, 14, 3.

[16] Bisol, L. (1992). O acento: duas alternativas de análise.

[17] Bisol, L. (1994). O acento e o pé métrico. Letras de Hoje, 29, 4, 25-36.

[18] Boersma, P.; & Weenick, D. (2015). Praat: doing phonetics by computer. 5.4.08 edn.

[19] Bouchard, M.-E. (2017). Linguistic variation and change in the Portuguese of São Tomé. New York: New York University.

[20] Collischonn, G. (1999). Acento em português. In L. Bisol, (Ed.), Introdução a estudos de fonologia do português brasileiro (pp. 125-155). Porto Alegre: EDIPUCRS.

[21] Ferraz, L. I. (1979). The Creole of São Tomé. Johannesburg: Witwatersrand University Press.

[22] Figueiredo, C. (2014). Português de Almoxarife, São Tomé: sentenças relativas com relativizadores ku e com. Filologia e Linguística Portuguesa, 16, 2, 277-309. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v16i2p277-309.

[23] Freitas, S.; Bandeira, M.; & Agostinho, A. L. (2021). Aspectos fonético-fonológicos do kabuverdianu falado na Ilha do Príncipe. Journal of Ibero-Romance Creoles, 11, 109-135.

[24] Goldsmith, J. (1990). Autossegmental & Metrical Phonology. Massachussets: Blackwell.

[25] Hagemeijer, T. (2016). O português em contacto em África. In Manual de Linguística Portuguesa (pp. 43-67). Berlim: Mouton de Gruyter.

[26] Houaiss, A.; & Villar, M. d. S. (2001). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva.

[27] INE (2016). Instituto Nacional de Estatística de STP: Dados demograficos 1970 à 2016.

[28] Lee, S. H. (2004). Síncope, Brevis Brevians e Acento no Português Brasileiro. UFMG.

[29] Massini-Cagliari, G. (1999). Do poético ao lingüístico no ritmo dos trovadores: três momentos da história do acento. Araraquara: FCL/ Laboratório Editorial/UNESP, Cultura Acadêmica.

[30] Massini-Cagliari, G. (2007). Das cadências do passado: o acento em português arcaico visto pela Teoria da Otimalidade. In A. G. d. Araujo (Ed.), Acento em português: abordagens fonológicas (pp. 85-120). São Paulo: Parábola Editorial.

[31] Monaretto, V. N. O.; Quednau, L. R.; & Hora, D. d. (2001). As consoantes do português. In Bisol, Leda (ed.), Introdução a Estudos de Fonologia do Português Brasileiro (pp. 195–228). Porto Alegre: Edipucrs.

[32] Moraes, J.; & Wetzels, W. L. (1992). Sobre a duração dos segmentos vocálicos nasais e nasalizados em português: um exercício de fonologia experimental. Cadernos de Estudos Lingüísticos, 23, 153-166. https://doi.org/10.20396/cel.v23i0.8636851.

[33] Sandalo, F. (1999). Acento e Sonoridade. Paper presented at the ABRALIN, Florianópolis.

[34] Santiago, A.; & Agostinho, A. L. (2020). Situação linguística do português em São Tomé e Príncipe. Revista Digital dos Programas de Pós-Graduação em Letras do Departamento de Letras e Artes da UEFS Feira de Santana, 21, 1, 39-61. http://dx.doi.org/10.13102/cl.v21i1.4970.

[35] Silveira, A. C.; & Araujo, G. A. d. (2018). Ditongos no português vernacular de São Tomé. In M. S. D. Oliveira, & G. A. d. Araujo (Eds.), O Português na África Atlântica (pp. 261-296). São Paulo: Humanitas/FAPESP.

[36] Vieira, N. M. T.; & Balduino, A. M. (2020). Apagamento de /R, S, l/ na coda no português de São Tomé: convergência linguística? Papia, 30, 1, 7-33.

[37] Williams, E. (1975). Do latim ao português. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.

[38] Yida, V.; Simões, D. d. S. L.; & Vasconcelos, C. A. (2019). A síncope das postônicas não finais no interior paranaense: uma análise autossegmental e variacionista a partir de dados do ALI. ALFA: Revista de Linguística, 63. https://doi.org/10.1590/1981-5794-1911-1.